Presidente americano deve ir ao Egito no domingo para acompanhar negociações; plano de paz prevê cessar-fogo, troca de reféns e criação de conselho internacional liderado por ele. // Netanyahu e Trump. Reprodução/redes sociais
Porto Velho, RO - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pode viajar ao Oriente Médio até o fim desta semana para supervisionar pessoalmente as negociações finais de um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O anúncio foi feito durante coletiva na Casa Branca, na qual o republicano disse que as tratativas estão “indo muito bem” e que o Hamas está “aceitando coisas muito importantes” para viabilizar o entendimento.
As conversas ocorrem em Sharm el-Sheikh, no Egito, com mediação de Washington, Cairo e Doha. Fontes diplomáticas confirmaram que a troca de listas entre Israel e Hamas já foi concluída.
O grupo islâmico apresentou os nomes dos prisioneiros palestinos a serem libertados, enquanto Tel Aviv entregou a relação dos reféns incluídos na negociação. Trump impôs prazo até sábado para que o Hamas aceite o acordo, advertindo que a rejeição pode trazer “consequências severas”.
A proposta americana, apresentada em 29 de setembro, tem 20 pontos e traça o roteiro para encerrar dois anos de conflito.
O plano prevê cessar-fogo permanente com libertação de todos os reféns em até 72 horas, troca de 48 israelenses, 20 deles presumidamente vivos, por 1.950 prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua. Também propõe a retirada gradual das tropas israelenses, o desarmamento do Hamas e anistia para combatentes que entregarem as armas e aceitarem a transição política.
O plano inclui a criação de um Conselho da Paz presidido por Trump, com participação de outros chefes de Estado e do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
O órgão supervisionaria a reconstrução e o governo interino de Gaza antes da transferência de poder à Autoridade Palestina. Blair elogiou a proposta como “ousada e inteligente” e disse que ela oferece “a melhor chance de acabar com dois anos de guerra, miséria e sofrimento”.
Apesar dos avanços, há resistências dos dois lados. O Hamas exige garantias contra nova ofensiva israelense e recusa discutir o desarmamento antes do fim da ocupação.
O governo de Benjamin Netanyahu enfrenta pressão da ala mais à direita, contrária à retirada total de Gaza. Pesquisas locais indicam que 72% dos israelenses apoiam o plano de Trump, mas parte da coalizão ameaça romper caso ele avance.
Autoridades de segurança israelenses afirmam que as forças do país estão exaustas após dois anos de combates e que já trabalham com a possibilidade de um cessar-fogo rápido.
Diplomatas americanos classificam as próximas 48 horas como decisivas para definir se Trump embarcará rumo ao Egito ou se o acordo poderá ser selado à distância. Caso firmado, o entendimento abrirá caminho para uma administração internacional de transição e o início da reconstrução de Gaza.
Fonte: Alexandre Borges / O Antagonista


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