JAPÃO: Conservadora vence disputa e deve se tornar primeira-ministra do Japão

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JAPÃO: Conservadora vence disputa e deve se tornar primeira-ministra do Japão

Sanae Takaichi assume a liderança do partido governista com promessa de rearmamento, estímulo à indústria e revisão constitucional. // Foto: Reprodução

Porto Velho, RO - Sanae Takaichi, 64, venceu a eleição para a presidência do Partido Liberal Democrata (PLD) em 4 de outubro e deve ser confirmada primeira-ministra do Japão ainda neste mês.

Ela derrotou Shinjiro Koizumi por 185 a 156 votos, após a renúncia de Shigeru Ishiba em setembro. A votação no Parlamento, prevista para meados de outubro, deve apenas formalizar sua nomeação, já que o PLD detém maioria na Câmara dos Deputados.

Aliada do falecido ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, Takaichi representa a ala conservadora do partido e promete seguir a linha política que dominou o PLD por duas décadas: fortalecimento militar, estímulos à economia e defesa de valores tradicionais.

Sua vitória marca o retorno da direita nacionalista ao centro do poder japonês e um novo impulso à revisão constitucional que limita o uso das Forças de Autodefesa.

Natural da província de Nara e formada em Administração pela Universidade de Kobe, Takaichi iniciou a carreira política em 1993 e ingressou no PLD em 1996.

Foi ministra de Assuntos Internos e Comunicações e, mais recentemente, de Segurança Econômica nos governos Abe e Kishida. Conhecida pela rigidez administrativa e pela atenção a detalhes técnicos, construiu reputação de gestora meticulosa e linha-dura em temas de segurança.

No plano econômico, Takaichi defende políticas expansionistas inspiradas na “Abenomics”, com juros baixos, gasto público e incentivo a setores estratégicos como semicondutores, biotecnologia, defesa e energia nuclear.

Sua proposta prevê subsídios, reativação de usinas nucleares e incentivos fiscais para empresas que investirem em creches e apoio a famílias com filhos, como dedução parcial de taxas de babá.

Na política externa e de defesa, a futura premiê prega o reforço da aliança com os Estados Unidos e uma postura firme diante da China.

Defende ampliar as capacidades militares japonesas e criar uma agência nacional de inteligência. Também propõe restringir a compra de ativos estratégicos por estrangeiros e fortalecer o controle sobre investimentos sensíveis.

Em questões sociais, Takaichi mantém posições conservadoras.

É contrária ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à adoção de sobrenomes diferentes por casais, embora defenda políticas de apoio à natalidade e ao equilíbrio entre trabalho e família.

Takaichi assume o PLD em meio à queda de popularidade do partido, marcada por escândalos e estagnação econômica.

Terá de recuperar a confiança do eleitorado, especialmente dos jovens que migraram para legendas populistas, e enfrentar o envelhecimento da população e o aumento da dívida pública.

A formação de sua base parlamentar é outro desafio. O PLD depende da cooperação do Komeito, parceiro mais moderado, e avalia aproximações com o Nippon Ishin e o Partido Democrático para o Povo.

A governabilidade será decisiva para aprovar o primeiro pacote econômico e eventuais mudanças constitucionais.

A confirmação de Takaichi como primeira-ministra, prevista para meados de outubro, deve inaugurar uma fase de reafirmação do poder militar e industrial japonês.

Sua postura assertiva promete impacto nas relações com os vizinhos asiáticos e reposiciona o Japão como ator central na segurança do Indo-Pacífico.

Fonte: O Antagonista
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