CARGOS: Papa confirma brasileiro em cargo que escolhe bispos

Dom Ilson de Jesus terá mais cinco anos à frente do Dicastério para os Bispos, órgão estratégico da Cúria Romana. /// Foto: Arquidiocese de Ribeirão Preto

Porto Velho, RO - O papa Leão XIV confirmou nesta sexta, 26, o brasileiro dom Ilson de Jesus Montanari para mais um mandato de cinco anos como secretário do Dicastério para os Bispos.

O ato foi publicado no Boletim da Santa Sé e mantém um brasileiro em um dos cargos mais influentes da administração central da Igreja Católica.

O dicastério é o órgão que auxilia o papa na escolha dos bispos em todo o mundo, incluindo o Brasil. Cabe a ele colher informações, avaliar candidatos e propor nomes ao pontífice, além de lidar com questões como criação, divisão ou unificação de dioceses.

No mesmo boletim, o Vaticano anunciou a nomeação do arcebispo italiano Filippo Iannone como novo prefeito do Dicastério para os Bispos.

Ele deixa o Dicastério para os Textos Legislativos e assumirá oficialmente em terça, 15 de outubro. O bósnio Ivan Kovač também foi reconduzido como subsecretário por mais cinco anos.

Dom Ilson é natural de Sertãozinho, interior de São Paulo, e tem 66 anos. Foi ordenado sacerdote em 1989, em Ribeirão Preto, e formou-se em Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Em 2008, tornou-se oficial da então Congregação para os Bispos.

Em 2013, foi nomeado secretário do dicastério e, no ano seguinte, secretário do Colégio dos Cardeais.

Em 2020, foi designado vice-camerlengo da Santa Igreja Romana, responsável por funções administrativas durante o período de Sé Vacante. Também desempenhou papel central na organização do funeral e do conclave após a morte do papa Francisco em abril deste ano.

Com a recondução, Montanari segue responsável pela condução técnica do processo de nomeações episcopais. Sua experiência consolidada garante continuidade em um setor estratégico da Igreja.

A primeira leva de mudanças de Leão XIV na Cúria combina renovação e permanência. O novo prefeito, Filippo Iannone, assume a liderança política e administrativa do órgão, enquanto Montanari mantém a condução operacional.

Para o Brasil, a confirmação significa manter voz ativa em uma das estruturas mais relevantes do Vaticano. Isso reforça o peso do país nas discussões que afetam diretamente dioceses brasileiras e confirma a confiança do novo pontífice na trajetória do arcebispo paulista.

Fonte: O Antagonista