Alunos se concentram em frente aos símbolos indígenas e de seringueiros expostos no Mero
A professora de História Sônia Ribeiro acompanhou os alunos
“São visitas que revelam o patrimônio, a memória e a identidade do povo portovelhense”, disse a professora Sônia Ribeiro, do Departamento de História da Unir.
Gestora do museu, Liliane Sayonara demonstra obras em exposição
Para a professora Sônia Ribeiro, do Departamento de História da Universidade Federal de Rondônia “essa oportunidade tem mão dupla. De um lado atende à carência das escolas em mostrar a identidade de Porto Velho, do outro, mobiliza estagiários na plenitude do aprendizado. Dezesseis deles estão presentes nesse evento”, explica a professora.
João Guilherme visita pela primeira vez o Museu da Memoria Rondoniense
“Que lindo, estou gostando de tudo! É a primeira vez que eu entro aqui; nós já fomos ali na biblioteca e na praça”, alegrou-se João Guilherme de Souza de dez anos de idade, estudante da Escola Padre Chiquinho.
DESCOBERTAS
Minutos depois das explicações dos estagiários, João “descobria” a Rondônia indígena falada em salas de aula desde o ensino fundamental. O Flor do Maracujá, que reuniu apenas 2 mil pessoas em sua primeira edição (1982), alcançou um público de duzentas mil pessoas (2019) e já é considerado patrimônio imaterial do Estado. Por essa razão parte do seu acervo esteve à disposição das escolas nesses três dias de visita.
“O Museu está em obra, mas recebeu os visitantes em atendimento a atividade do estágio supervisionado do departamento de história da unir. Mostramos curiosidades e manuseamos materiais relacionados ao tradicional arraial, incluindo os cartazes das diversas apresentações de bois-bumbás desde 1982 até 2008”, disse a gestora do Mero, Liliane Sayonara.
Visitantes confeccionam com a técnica da xilogravura, peças relacionadas ao Arraial Flor do Maracujá
Ao lado da exposição de fotos do arraial feitas em 1984 por Ricardo Ioshinori Maebara, e de páginas originais de jornais portovelhenses, Liliane justificou o reconhecimento da cultura popular: “Ele vai ao encontro da cultura escolar, porque tem muito da raiz desse folclore, e precisa ser mais conhecido”, complementa.
CULTURA RAIZ
Do acervo arqueológico aos povos indígenas, os estudantes viram dezenas de peças desconhecidas, ou das quais apenas “ouviram falar” em conversas a respeito da vida ribeirinha ou na floresta. Se no folclore existe uma história narrando a vida e o sacrifício do boi, o papel do pajé e a alegria contagiante de dançarinos e suas vestes, outra que atrai curiosidade é a dos seringueiros e seus instrumentos de trabalho – o copo de coleta da seiva da seringa, faca e a poronga, por exemplo, que fica exposta numa redoma de vidro.
Sorridentes, os estudantes aproveitaram para tirar fotos durante a confecção de uma lamparina de papelão, imitando a que os trabalhadores usavam na cabeça durante o período da noite.
RITA QUEIROZ E ARY PINHEIRO
Segundo Liliane Sayonara, o valor imensurável desse conhecimento remonta às obras da artista plástica Rita Queiroz, nascida no Seringal Santa Catarina, no Rio Madeira, e às peças doadas do seu acervo particular ainda nos anos 1960 pelo médico e bacharel em ciências naturais Ary Tupinambá Pena Pinheiro.
No encerramento da visita, divididos em grupos, os estudantes estouraram balões plásticos, dos quais saíram perguntas a respeito do funcionamento do arraial Flor do Maracujá, além disso fizeram também diversas xilogravuras (gravura feita com uma matriz de madeira, mas que para atividade, o material foi substituído por isopor).
Nesta sexta-feira (25), as atividades serão interativas. Os alunos responderão às perguntas no Quizz (jogo de questionários que tem como objetivo avaliar conhecimentos sobre determinado assunto), informou a gestora.
CAFÉ NO MUSEU
Também nesta sexta-feira, esta prevista para acontecer a tradicional live Café no Museu, com mediação de Liliane Sayonara. A programação mostrará nas redes sociais do Mero uma conversa com a ex-diretora do museu e mestre em paleontologia Ednair Nascimento, a respeito do vasto acervo à disposição da história e da ciência da Amazônia Ocidental Brasileira, do País e do Mundo.
Atualmente, o Mero conta com catorze servidores, dos quais, sete estagiários distribuídos nas áreas de: artes, arqueologia, biblioteconomia, biologia, pedagogia e história.
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