Mais de 100 mil filhotes de tartaruga serão soltos no rio Guaporé, em Costa Marques
A soltura dos animais aquáticos já é uma tradição no município e atrai muita de pessoas para assistir o espetáculo da natureza, onde os pequenos animais ganham uma força do homem, neste ciclo natural.
PRESERVAÇÃO
Em Rondônia, as ações de preservação da espécie acontece no período da desova, de setembro a dezembro, quando os ovos eclodem e nascem as tartaruguinhas-da-amazônia. Os servidores da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) ajudam na fiscalização e monitoramento dos ninhos para protegê-los de predadores.
Ninhos de tartarugas são acompanhados por técnicos da Sedam e Ecovale
Neste ano, a equipe da Coordenadoria de Educação Ambiental (Ceam) e do Escritório Regional de Costa Marques realizaram os trabalhos ambientais em apoio a Ecovale na Praia Ponta da Ilha.
O monitoramento da desova das tartarugas foi a 1ª etapa dos trabalhos, com a identificação e quantificação dos ninhos, na intenção de levantar informações a fim de proteger a espécie, contra a captura e pesca ilegal, uma vez que na região existe um alto consumo de carne e ovos de tartarugas.
No período depois da desova, a equipe da Sedam retornou à Praia Ponta da Ilha para monitorar e construir uma cerca ao redor da praia, para proteger os ninhos.
Nesta etapa que antecede à soltura, as tartaruguinhas são retiradas dos ninhos e transferidas (manejadas) para uma área segura, que são os cercados de incubação localizados na praia, até o momento da soltura. “Com esse apoio e coleta conseguimos ter uma taxa de natalidade maior, pois após a coleta e realizado a soltura em praia aberta e com todo apoio para que elas cheguem à água sem intercorrências naturais” explica o biólogo Leandro Almeida.
Etapa que antecede à soltura, filhotes são retirados dos ninhos e transferidos para área segura
A intenção da coleta prévia é diminuir o índice de mortalidade, desses animais. Em um ninho contém em média de 120 a 180 ovos e apenas 20% desses animais vão chegar aos rios e desses, somente 2% chegarão à vida adulta. Existem cerca de 142 mil matrizes manejadas na região amazônica, sendo que 77% destas são encontradas em território brasileiro.
“Os programas que a Sedam vêm apoiando, visam realizar trabalhos voltados a avaliação de estruturas das populações e conservação da população dos quelônios adultos, além de desenvolver ações de educação ambiental e manejo nas praias por meio da Ceam” finaliza Leandro Almeida.
Atualmente as tartarugas da Amazônia são uma das espécies mais ameaçadas devido a coleta excessiva dos ovos e tartarugas adultas, para consumo e venda ilegal (biopirataria).
CURIOSIDADE
Como em muitas espécies de quelônios, o desenvolvimento da tartaruga-da-amazônia depende da temperatura, ou seja, a temperatura no interior do ninho durante o segundo terço da incubação determina o sexo dos filhotes: temperaturas altas geram mais fêmeas e temperaturas baixas geram mais machos.
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